Essa foi uma semanas totalmente maluca!
Eu passei 10 dias na Áustria gravando alguns cursos para o LinkedIn Learning. Foi uma experiência maravilhosa, que trouxe grandes evoluções para a minha vida profissional e vale um outro post para contar o que eu aprendi.
Eu não tinha muitas datas então a loucura começou em sair da Áustria, ir para SP e depois para NY.
Detalhe que cheguei em NY no dia da minha palestra…E esta palestra era extremamente aguardada! Afinal de contas, fui a primeira mulher brasileira a palestrar no MongoDB World. Sendo assim não havia cansaço que diminuísse a minha felicidade.
Como foi o evento?
O MongoDB World é um evento anual, que nos últimos dois anos aconteceu em NY, cidade onde fica a sede da MongoDB.
O evento teve três dias, no primeiro foram palestras, no segundo os keynotes e no terceiro tiveram vários jogos, competições, e palestras. As palestras do último dia eram mais curtas e focadas, sobre vários assuntos diferentes, e mais informais. Neste dia aconteceu também a repetição das palestras que lotaram nos dias anteriores.
Uma das coisas que foi bem legal, foi o game para pegar os brindes oficiais.
Bastava escanear QR Codes espalhados pelo evento, e trocar por brindes bem legais (blusas, camisetas, pins, meias e até um tênis Vans exclusivo – me apaixonei pelo tênis mas foi o brinde que eu não consegui..)
Diversidade
Um dos aspectos que me deixou muito feliz no MongoDB World desse ano, é o quanto o evento foi diverso!
Um dos meus lugares favoritos era o Women & Trans Coders Lounge, um espaço maravilhoso! Na minha opinião a melhor definição de um ambiente seguro e acolhedor.
Lá conheci pessoas de diversos países, ri muito, aprendi várias coisas novas e já combinei alguns eventos com comunidades fantásticas, que em vários aspectos parecem as nossas.
Como foi a minha palestra e a preparação…
Eu submeti minha palestra no último dia!!!
E claro que eu queria que ela fosse aceita, mas eu estava preparada para não ser.
Quando recebi o e-mail de aprovação, eu tive vários mini infartos!!! E quando eu pensei em desistir, lembrei que eu estava tendo oportunidade de ser a primeira mulher brasileira a palestrar no MongoDB World!
Sabe aquela história, se der medo vai com medo mesmo? Foi assim que a jornada começou!
Tracei uma linha de racíocinio e comecei a trabalhar nela. Nesta etapa pude contar com um coach e um membro do time técnico da MongoDB.
Tive toda ajuda e atenção antes, durante e após o evento!
A minha palestra era sobre Persistência Poliglota no MongoDB (assunto que eu amo e estudo muito!), e tive maravilhosos feedbacks. Na próxima semana publicarei um post sobre a minha palestra.
Foi um desafio enorme, mas eu tive a sorte de viver e aproveitar as dores e sabores de cada etapa… Desejo que no próximo ano tenham muitas brasileiras palestrando não só no MongoDB World, mas em vários eventos ao redor do mundo
Eu terminei a minha palestra dizendo que quando uma mulher vence, todas as outras vencem também. Então que esta tenha sido uma das muitas vitórias que teremos.
Quais as novidades?
Este ano eu imaginava que seria o lançamento das transações distribuídas… Mas não via a hora de saber as outras novidades, e as surpresas foram ótimas!
A cada ano vejo um MongoDB muito mais maduro e mais amigável para todos os times, não só para os desenvolvedores.
Nas prõximas semanas teremos posts semanais, um para cada novidade da versão 4.2. Não percam!
Transações Distribuídas
Essa era uma novidade esperada.
O MongoDB já tinha suporte à transações em um replicaset*, e era esperado que a nova versão tivesse suporte a transações em um sharding e em Clusters Globais do MongoDB Atlas.
O que me deixava particularmente apreensiva era se a novidade viria carregada de configurações novas e mudanças de sintaxe. Eu fiquei super feliz ao saber que nada mudou! Criamos uma transação multidocumento em um ambiente com sharding da mesma forma que jã fazemos em um replicaset.
Algumas mudanças fofinhas vieram junto com as transações distribuídas, como por exemplo os valores das shard keys podem ser alterados, transações mais longas e métricas que auxiliam no desenvolvimento.
Criptografia a nível de atributos
Em tempos de LGPD***, quem tem criptografia é rei!
Este recurso é lindo e tem muito a ver com as necessidades atuais das empresas que possuem dados pessoais e sensíveis, de pessoas físicas armazenados no banco de dados. Com a criptografia a nível de atributos, os dados podem ser criptografados no banco de dados e descriptografados em um cliente. Com essa opção, o servidor não tem conhecimento dos campos criptografados. Toda a criptografia e descriptografia é feita no nível do driver.
É o driver que, quando “vê” um campo criptografado envolvido em um comando, obtém chaves apropriadas do gerenciador de chaves, criptografa os dados e os envia para o servidor. O servidor só vê o texto criptografado e não tem conhecimento das chaves. Quando os resultados são retornados do servidor para o driver, este que possui as chaves, descriptografa os dados. Do ponto de vista de um aplicativo, esse mecanismo é completamente transparente.
Wildecard Indexes
Eu sempre achei muito contraditório índices e NoSQL… Porque se o BD é sem schema, como eu sei qual atributo indexar? Minha questão é filosófica, porque precisamos ter governança de dados, mas não deixa de ser válida e render boas conversas.
No caso do MongoDB, era complicado indexar sub-documentos, porque em cada um pode ter uma estrutura diferente. Com os Wildcard Indexes, você pode criar um único índice para todos sub-documentos, cobrindo todos os atributos e seus valores.
Views Materializadas
Criar uma view é uma ótima maneira de apresentar resultados de cálculos, pré-cálculos ou apenas resultados de pesquisas. Tudo o que era necessário era colocar o operador $out no final do seu pipeline de agregação do MongoDB para criar uma nova view. Quando você queria atualizá-la executava o pipeline novamente (nunca gostei dessa solução)… A novidade da versão 4.2 é o operador $merge para atualizar suas views. Você obtém o controle de como os novos documentos e atualizações são tratados e pode ter índices em suas views para acesso mais rápido.
MongoDB Atlas Auto Scale
Uma das vantagens do uso da nuvem é a possibilidade de escalar os recursos necessários de forma rápida.
Uma das novidades fofinhas do Atlas é o gerenciamento de capacidade totalmente automatizado. Quando ativado, o Atlas monitora as principais métricas de utilização de recursos em tempo real, e aumentará ou diminuirá a quantidade de recursos, usando para esta decisão dados provenientes da monitoração.
Full Text Search
Quase morri quando esta novidade foi anunciada!
Até a versão 4.0 para fazer pesquisas de texto no MongoDB eu fazia umas combinações fofas e trabalhosas, do MongoDB com o Elastic Search, por exemplo. Nada contra usar ambos, mas o uso de várias tecnologias pode ser caro e complicado.
Com o full text search, não precisamos exportar os dados, configurar, manter e dimensionar uma plataforma de pesquisa separada. Basta ativar o full text search no Atlas e criar seus índices. Este assunto é tão fofo que merece uns 10 posts (exagero típico!)!
Melhorias no Aggregation Framework
Eu adoro a combinação Aggregation Framework e Aggregation Pipeline Builder.
Na versão 4.2 tivemos algumas melhorias no Aggregation Framework com o objetivo de começar a aproximar as linguagens de consulta do MongoDB, novos operadores e melhorias de desempenho. O Aggregation Pipeline Builder teve algumas melhorias também.
Na versão 4.2 tivemos algumas melhorias no Aggregation Framework com o objetivo de começar a aproximar as linguagens de consulta do MongoDB, novos operadores e melhorias de desempenho. O Aggregation Pipeline Builder teve algumas melhorias também.
Atlas Data Lake do MongoDB (Beta)
Pirei com esta novidade também… Imagina seus dados no Amazon S3, e você usando o MongoDB para acessar os dados.
Eu vi algumas demos, achei muito legal, mas ainda preciso estudar mais sobre o assunto e as possibilidades… Sendo assim, aguardem os próximos posts.
MongoDB Charts
Imagina criar um gráfico bonitinho e incluir o gráfico (não é uma imagem, é o proprio gráfico) na sua página… Agora é possível!
Um destaque é que achei os gráficos lindos, e nas demos foi bem fácil de criar.
DevOps
Integração com ferramentas de DevOps, com versionamento de aplicativos e integração com seus repositórios no Git.
Conector para Apache Kafka
Achei essa novidade muito fofa! Mas não era tão novidade assim, porque no dia 05 de junho eu já tinha visto um post no blog da MongoDB falando sobre este item.
Entre os recursos do novo conector está o suporte para atuar como uma fonte de dados para o Kafka; o conector permite que os dados “fluam” do Kafka para o MongoDB.
Para usar o novo conector, esteja atento com a licença que é Apache v2.0.
Um ponto que eu gostaria de ressaltar aqui (acabei de pensar nele) é que este conector pode trazer mudanças significativas nas arquiteturas de microsserviços, em uma primeira e superficial análise acho que ficará mais simples. Acho que nasce aqui um post novo (aguardem)!
Um ponto importante para uso corporativo do conector é que ele é verificado pela Confluent.
Operador do MongoDB Enterprise Kubernetes
“Os operadores do Kubernetes são controladores específicos de aplicativos que estendem a API do Kubernetes para criar, configurar e gerenciar instâncias de aplicativos com estado, como bancos de dados. Na infraestrutura autogerenciada – seja local ou na nuvem – os usuários do Kubernetes podem usar o MongoDB Enterprise Operator para Kubernetes e o MongoDB Ops Manager ou o Cloud Manager para automatizar e gerenciar clusters do MongoDB.
Usando o operador MongoDB Kubernetes, você tem controle total sobre a implantação do MongoDB a partir de um único plano de controle do Kubernetes, com uma experiência consistente em diferentes ambientes de implementação.”****
Prêmio William Zola
Demorei um pouco para entender que eu havia ganho um prêmio tão importante… Acho que precisava viver os momentos da palestra, para depois viver os momentos do prêmio.
No primeiro dia de evento eu fui para uma festa na Nasdaq e foi incrível!!!
No segundo dia, antes do segundo keynote teve uma recepção para os ganhadores dos prêmios de 2019.
Nesta recepção estavam o CEO, o CIO, alguns VPs, diretores… Foi muito legal! Não passei um instante sozinha, e as conversas foram muito além do trivial e da tecnologia. Corrida, mudanças, tatuagem e MongoDB (não necessariamente nessa ordem) foram alguns dos assuntos.
Meu lugar estava reservado literalmente na primeira fileira, de lá ouvi o meu nome ser anunciado como vencedora do prêmio William Zola, pelo meu trabalho com as comunidades brasileiras. Foi incrível!
Para saber o quão importante é ser ganhadora deste prêmio, veja este post no blog da MongoDB.
Enfim…
Apesar da correria, eu não poderia estar mais feliz! E fiz este post para mais uma vez agradecer a todos que colaboraram para que eu recebesse o prêmio William Zola!
Aguardem… Vem aí alguns posts novos!
*** Saiba mais sobre a LGPD nos posts https://imasters.com.br/banco-de-dados/gdpr-e-lgpd-parte-01 e https://imasters.com.br/banco-de-dados/gdpr-e-lei-geral-de-protecao-de-dados-parte-02